A edição da RBA, periódico oficial do Conselho Federal de Administração (CFA), traz em destaque uma entrevista especial com o Acadêmico Marcos James Chaves Bessa, ocupante da Cadeira 29 da ACAD
O Acadêmico e Administrador Marcos James Chaves Bessa, Cadeira Nº 29 da Academia Cearense de Administração (ACAD), concedeu uma entrevista especial e foi destaque na 141ª edição da Revista Brasileira de Administração (RBA), periódico oficial do Conselho Federal de Administração (CFA).
Durante a conversa com o repórter Leon Santos, o reitor do Centro Universitário Católica - Unicatólica de Quixadá contou um pouco sobre sua trajetória profissional e comentou sobre como, enquanto administrador, conquistou a academia, unindo gestão e ensino.
Confira uma parte da entrevista:
ENTREVISTA ESPECIAL – MARCOS BESSA
Dono de tom de voz suave, comportamento analítico e palavras comedidas, o administrador Marcos Bessa investiu na carreira de docência e transcendeu, ao unir ensino e gestão. Aos 36 anos, chegou ao cargo máximo da instituição e se tornou reitor da Unicatólica, de Quixadá-CE.
Com Soft Skills bastante desenvolvidas, e diálogo constante, ele superou as desconfianças (em razão de sua pouca idade), bem como as dificuldades encontradas ao longo de sua trajetória profissional. Ele lembra, no entanto, que mais do que apenas habilidades comportamentais é preciso antes de tudo ter competência técnica (Hard Skills) e otimismo.
-Desde o início da pandemia, percebemos certa dificuldade de nossos governantes, de todas as esferas (Executivo, Legislativo e Judiciário), em lidar sabiamente com o problema. Sem entrar em questões políticas, temos uma crise de gestão pública, no geral? Em caso afirmativo, o que fazer para salvar o Brasil desse cenário de crises sanitária e econômica?
A pandemia tem nos ensinado que o Estado e a sociedade civil precisam estar em sintonia para solucionar um problema público mundial que diz respeito a todos. Mas será que conseguimos essa harmonia?
O Estado precisa portar-se com intencionalidade para solucionar problemas públicos sanitários e econômicos, enquanto a sociedade precisa avaliar as tomadas de decisões e exigir melhorias. Neste momento, as questões políticas precisam ficar de lado e focar na pronta reestruturação sanitária e econômica, por meio de políticas públicas eficientes e desburocratizadas.
Como educador e administrador é possível que o senhor tenha feito uma espécie de benchmarking junto ao ensino de outros países. Qual modelo, de qual país, te chamou mais atenção pela qualidade e por quê?
Na Educação, o ensino precisa ser moldado ao contexto e à realidade local de onde a instituição está inserida. Copiar um modelo de um local e implantar em outra realidade pode não dar certo, mas a qualidade educacional que mais me chamou atenção é a da Finlândia, porque lá os professores são merecidamente reconhecidos.
Os docentes universitários estão entre os mais bem vistos, entre as profissões, e lá não há distinção entre o professor da educação básica e universitários. Todos são reconhecidos, o que eleva a qualidade do ensino, sendo este alicerçado em um projeto pedagógico que conecta alunos, universidades e empresas. Gosto ainda da qualidade reconhecida das universidades americanas pelo alto impacto de suas pesquisas científicas.
O que o senhor tem visto, no Brasil ou no mundo, que te trouxe esperança quanto ao futuro do nosso país e ao futuro do planeta? O que ainda pode ser explorado em termos de conhecimento, tecnologia e ações para melhorar a qualidade de vida das populações mais carentes?
O que vi no mundo, e me trouxe esperança para o nosso planeta, foi o Papa Francisco convidar e selecionar cinco mil jovens, de várias crenças e nacionalidades, para compor uma proposta inovadora, sustentável e humanizada de economia. Ele nomeou este movimento de ‘Economia de Francisco e Clara’.
Eu tive o prazer de participar e de compor uma equipe denominada ‘negócios em transição’, que elaborou propostas para que as empresas possam responder às mudanças sociais, tecnológicas e ambientais. Ela irá propor transformações profundas não apenas em seus produtos e serviços; mas na forma como são produzidos, em sua finalidade, nas suas relações internas (como trabalho e governança) e externas: como bem comum e inclusão com ênfase na população menos favorecida.
Temos muito a explorar em termos de conhecimento. Já dizia Sócrates, “Só sei que nada sei”. Mas acredito que os changemakers serão os responsáveis em melhorar a qualidade de vida das populações.
Observe, por fim, as reflexões que os agentes transformadores como Greta Thunberg, Luisa Neubauer, Malala Yousafzai e o cearense Felipe Caetano trouxeram para o mundo. Salta aos olhos, quando testemunhamos jovens voluntários que, com amor ao próximo, se dedicam a causas relevantes para a sustentabilidade do nosso planeta.
Para acessar a entrevista especial na íntegra, acesse: https://cfa.org.br/https-cfa-org-br-entrevista-especial-rba-141/
Karyne Lane
Assessora de Comunicação da ACAD